Entrevista com Glaucia Lewicki, autora de O livro do amor de Júlia e Tomás

PNLD Literário 2024: Editora Dimensão entrevista Glaucia Lewicki, autora de O livro do amor de Júlia e Tomás

A obra está disponível para escolha dos professores no Acervo 8, categoria Ensino Fundamental II, até o dia 08 de dezembro de 2025.

 

ED. O livro do amor de Júlia e Tomás foi selecionado para o PNLD 2024. Como surgiu a ideia de um romance que tivesse a Inconfidência Mineira como um dos temas?

GL: A Minas Gerais do século 18 é incrivelmente inspiradora. Temos a cobiça do ouro, a riqueza da arte e arquitetura barroca, a delicadeza da poesia árcade e as emoções da Conjuração Mineira, um dos meus episódios favoritos da História do Brasil. Sou fascinada por esse período e todas as possibilidades de drama e aventura que ele oferece. 

 

ED. Glaucia, além de autora, você também é professora. A vivência em sala de aula, esse contato direto com os jovens, foi importante na criação dos personagens da obra O livro do amor de Júlia e Tomás?

GL: Esse contato sempre é importante, pois passamos a acompanhar os anseios, os medos e os sonhos dos jovens, o que sempre ajuda muito na criação dos personagens, tornando-os mais críveis e próximos dos leitores.

 

ED. Como você pensa que O livro do amor de Júlia e Tomás poderia ser trabalhado em projetos escolares?

GL: Há tantas possibilidades... Uma delas é realizar um trabalho integrado com a disciplina de História. Mas também é possível criar roteiros de viagem baseado nos locais citados no livro, um concurso de poesia ou imaginar encontros que desafiam o tempo (que personagem do passado você gostaria de encontrar no presente?). Como eu disse, há diversos caminhos! 

 

ED. Júlia e Tomás usam “linguagens” diferentes. Ela, moderna; ele, clássico. De onde veio a ideia de criar esse contraste tão interessante?

GL: A ideia era marcar para o leitor a diferença da época em que cada um nasceu e foi criado por meio da linguagem. É claro que, se fosse um filme, teríamos mais alguns recursos para realizar o contraste, como detalhes nas roupas e aparência. Mas, em um livro, nossa maior ferramenta são as palavras.


ED. O livro do amor de Júlia e Tomás certamente seria um excelente dorama (histórias de romances coreanas), muito em alta nas plataformas digitais nos últimos anos. Você imaginava que a obra seria tão atemporal?

GL: Sempre foi minha intenção. Eu só não sabia se conseguiria, pois é o tipo de coisa que só o tempo – ironicamente – pode dizer. Como autora, prefiro não “datar” minhas obras com gírias ou acontecimentos muito específicos, para poder acolher o leitor de qualquer época. Saber que um livro escrito há 20 anos está em sintonia com uma narrativa que tem conquistado muitos fãs atualmente é algo que me deixa muito feliz!